TIPOS DE RESPIRAÇÃO


"A respiração costal diafragmática é a forma de respiração que regula melhor a fonação; é a única aconselhável, porque proporciona maior provisão de ar com menor esforço, é invisível e silenciosa. Na inspiração, as costelas flutuantes afastam-se, aumentando a cavidade torácica no sentido transversal e oblíquo, dando preponderância ao alargamento da base, de onde parte o aumento proporcional do tórax em todos os seus diâmetros.



A respiração abdominal é mais apropriada para homens; o diafragma desce muito, comprimindo as vísceras abdominais e impelindo o ventre para fora. Segundo Landeau (Lês Dysodies), a respiração abdominal é prejudicial, sobretudo às mulheres, pela compressão que exerce sobre os órgãos genitais, sendo a causa de muitas disodias.



A respiração clavicular também é condenada, pois, sendo os pulmões mais estreitos no ápice, a pressão de ar é insuficiente, visível, fatigante, além de provocar o congestionamento das veias do pescoço. A elevação do peito e a sua convexidade impedem a dilatação da base dos pulmões ; não se pode ao mesmo tempo alargar e elevar o tórax.


A respiração varia, adaptando-se ás necessidades da voz falada ou cantada  e não deve ser feita apenas como uma ginástica respiratória."

Texto extraído do livro Noções de Anatomia e Fisiologia do Aparelho Fonador 

RESPIRAÇÃO DIAFRAGMÁTICA




DIAFRAGMA

O tórax está separado do abdômen por um músculo : o Diafrágma, cujas inserções são vertebrais, costais e esternal. E uma fina parede músculo-tendinosa, móvel, uma especie de cúpula cuja parte central abaixa durante a inspiração, comprimindo as visceras abdominais, e subindo durante a fala ou o canto. E o músculo mais importante da respiração, cujos movimentos são influenciados pela movimentação ativa da musculatura costo-abdominal. A subida progressiva do Diafrágma garante a pressão expiratória necessária a fonação, através de uma ascensão resistente.


O diafrágma apesar de ser freqüentemente descrito como tendo a forma de uma abóbada, a forma do diafrágma é, na verdade, bastante irregular em função da posição que ocupa entre vários órgãos de nosso corpo. Em sua face junto ao coração, por exemplo, o diafrágma é achatado, enquanto junto aos pulmões acompanha o formato de abóbada de cada um dos órgãos. O diafrágma é formado, em grande parte, por vários músculos estriados que partem da borda da cavidade do corpo para seu centro. Do esterno parte a chamada porção esternal do diafrágma; das faces internas das cartilagens costais das costelas parte a porção costal; e das vértebras lombares parte a porção lombar. Como seria de se esperar, o diafrágma apresenta uma série de orifícios como o hiato aórtico que permite a passagem da artéria aorta, o hiato esofágico por onde passa o esôfago e o forâmen da veia cava por atravessado pela veia cava inferior. Os movimentos do diafrágma, ao lado dos movimentos das costelas, são essenciais para realizarmos a respiração. Durante a inspiração há um aumento do volume da cavidade torácica que produz uma pressão interna negativa. A expansão da cavidade torácica produz, por sua vez, uma expansão dos pulmões, trazendo o ar para o interior desses órgãos. Na expiração, o ar é expelido através da redução do tamanho da cavidade torácica, com conseqüente redução dos pulmões. Ambos os processos de redução e expansão da cavidade torácica envolvem a movimentação do diafrágma para cima e para baixo, respectivamente. Para se ter uma idéia da importância dessa musculatura na respiração basta saber que durante a inspiração calma, constantemente realizada, o único músculo ativo é o diafrágma. Contudo, a ação do diafrágma está presente em outras situações comuns de nossa vida. Quando espirramos, tossimos, rimos, choramos, falamos e cantamos , o diafrágma contribui, fornecendo força adicional a tais movimentos. Outra situação onde a ação do diafrágma revela-se é quando temos soluço. Nesse caso, há uma disritmia, um descompasso entre o movimento do diafrágma e nossa respiração.



PULMÕES - PARTE II


Biologia dos Pulmões e das Vias Aéreas

sistema respiratório tem início no nariz e na boca e continua através das vias aéreas até os pulmões, onde o oxigênio da atmosfera é trocado pelo dióxido de carbono proveniente dos tecidos corpóreos.
Os pulmões, que representam a principal parte do sistema respiratório, são semelhantes a grandes esponjas rosas e preenchem quase toda a cavidade torácica.
O pulmão esquerdo é um pouco menor que o direito, pois ele compartilha com o coração o espaço do hemitórax esquerdo. Cadapulmão é dividido em seções (lobos): o pulmão direito possui três e o esquerdo, dois.
O ar penetra no sistema respiratório através das narinas e da boca e avança através da garganta (faringe) até a laringe. A entrada da laringe está recoberta por um pequeno retalho de tecido muscular (epiglote) que se fecha durante a deglutição e, dessa forma, impede que o alimento penetre nas vias aéreas. A maior via aérea é a traquéia, que se ramifica em duas vias menores (brônquios) para suprir os dois pulmões. Os brônquios sofrem várias divisões até se transformarem em vias aéreas menores (bronquíolos). Os bronquíolos são as vias aéreas mais estreitas, apresentando um diâmetro de apenas 0,005 milímetro. As vias aéreas assemelham-se a uma árvore de cabeça para baixo e, por essa razão, essa porção do sistema respiratório é freqüentemente denominada árvore brônquica.
Na extremidade de cada bronquíolo existem dúzias de cavidades semelhantes a bolhas e cheias de ar (alvéolos), que apresentam um aspecto de cachos de uva. Cada pulmão contém milhões de alvéolos e cada alvéolo é circundado por uma densa rede de capilares. As paredes extremamente delgadas dos alvéolos permitem que o oxigênio passe do seu interior para o sangue dos capilares e também que o dióxido de carbono (um produto metabólico) passe do sangue capilar para o interior dos alvéolos. A pleura é uma membrana lisa que permite que os pulmões movam-se suavemente durante cada movimento respiratório.
A pleura recobre os pulmões, contornando-os em sua parte posterior, e reveste a face interna da parede torácica. Normalmente, o espaço entre as duas camadas lubrificadas da pleura é quase inexistente, e uma desliza suavemente sobre a outra durante a expansão e a contração pulmonar. Os pulmões e outros órgãos contidos na cavidade torácica são protegidos por uma armadura óssea formada pelo osso do peito (esterno), pelas costelas e pela coluna vertebral. Os doze pares de costelas curvam-se em torno do tórax. Na região posterior do corpo, cada par de costelas une-se aos ossos da coluna vertebral (vértebras). Na região anterior do corpo, os sete pares de costelas superiores unem-se diretamente ao esterno através de cartilagens costais.
O oitavo, o nono e o décimo par de costelas unem-se à cartilagem do par superior; as costelas dos dois últimos pares (costelas flutuantes) são mais curtas e não se unem na região anterior do corpo. Os músculos intercostais, localizados entre as costelas, facilitam a movimentação do gradil costal e, dessa forma, auxiliam na respiração. O músculo mais importante utilizado na respiração é o diafragma, uma bainha muscular em forma de sino que separa os pulmões do abdômen. O diafragma fixa-se na base do esterno, nas porções inferiores do gradil costal e na coluna vertebral. Quando o diafragma contrai, ele aumenta o tamanho da cavidade torácica e, conseqüentemente, expande os pulmões.


Funções do Sistema Respiratório

As principais funções do sistema respiratório são a condução de oxigênio aos pulmões, a transferência de oxigênio para o sangue e a eliminação de um produto metabólico denominado dióxido de carbono. O oxigênio inalado entra nos pulmões e alcança os alvéolos. As paredes dos alvéolos e dos capilares circunvizinhos apresentam a espessura de apenas uma célula e encontram-se em íntimo contato entre si.
O oxigênio atravessa facilmente as paredes finas dos alvéolos e chega ao sangue capilar; o dióxido de carbono passa do sangue para o interior dos alvéolos e é expirado através das narinas e da boca. Pelas veias pulmonares, o sangue oxigenado vai dos pulmões ao lado esquerdo do coração, o qual bombeia o sangue para o resto do organismo. O sangue pobre em oxigênio e rico em dióxido de carbono retorna ao lado direito do coração por duas grandes veias, as veias cavas superior e inferior, e é bombeado, através da artéria pulmonar, aos pulmões, onde ele recebe oxigênio e libera dióxido de carbono.
Controle da Respiração
Em condições normais, a respiração é automática, sendo controlada subconscientemente pelo centro respiratório localizado na base do cérebro. O cérebro e os pequenos órgãos sensoriais localizados nas artérias aorta e carótidas detectam quando os níveis de oxigênio encontram- se demasiadamente baixos ou quando os níveis de dióxido de carbono encontram-se muito elevados, e o cérebro aumenta a freqüência e a profundidade da respiração. Por outro lado, quando os níveis de dióxido de carbono encontram- se muito baixos, a freqüência respiratória diminui.
Na respiração tranqüila, o adulto inspira e expira, em média, quinze vezes por minuto. Como os pulmões não possuem músculos em sua estrutura, o trabalho respiratório é realizado principalmente pelo diafragma e, em menor extensão, pelos músculos localizados entre as costelas (músculos intercostais). Durante a respiração forçada ou difícil, os músculos do pescoço, da parede torácica e do abdômen também participam do processo.
Ao contrair, o músculo diafragma move-se para baixo, aumentando a cavidade torácica. Isto reduz a pressão intratorácica. O ar penetra nos pulmões para igualar a pressão. Em seguida, o diafragma relaxa e move-se para cima, a cavidade torácica contrai e aumenta a pressão do ar. O ar é expulso dos pulmões por causa de sua elasticidade. Os músculos intercostais participam desse processo, especialmente quando a respiração é profunda ou rápida.

Troca de Gases entre Alvéolos e Capilares

A função do sistema respiratório é trocar dois gases: oxigênio e dióxido de carbono. A troca ocorre entre os milhões de alvéolos existentes nos pulmões e os capilares que os circundam. Conforme mostram as ilustrações abaixo, o oxigênio inalado passa dos alvéolos para o sangue nos capilares, e o dióxido de carbono passa do sangue nos capilares para o interior dos alvéolos.


Sintomas Respiratórios

Entre os sintomas mais comuns dos distúrbios respiratórios destacam-se a tosse, a dificuldade respiratória (dispnéia), a dor torácica, os sibilos, o estridor (um som semelhante a um grasnido durante a respiração), a hemoptise (escarro com sangue), a cianose (coloração azulada), o baqueteamento dos dedos e a insuficiência respiratória. Alguns desses sintomas nem sempre indicam um problema respiratório. A dor torácica, por exemplo, pode ser decorrente de um problema cardíaco ou intestinal.

Papel do Diafragma na Respiração

Quando o diafragma contrai, a cavidade torácica aumenta, reduzindo a pressão interna. Para igualar a pressão, o ar penetra rapidamente nos pulmões. Quando o diafragma relaxa, a cavidade torácica contrai, elevando a pressão e expulsando o ar para fora dos pulmões.






PULMÕES


São dois órgãos de estrutura esponjosa e têm forma de pirâmide com a base descansando sobre o diafragma.
O direito é maior que o esquerdo, pois consta de três partes ou lóbulos, enquanto que o outro só tem dois. Cada pulmão se compõe de numerosos lóbulos, os quais por sua vez, contém os alvéolos, que são dilatações terminais dos brônquios; as pleuras são membranas que recobrem os pulmões e os fixam na cavidade torácica.
A função principal do pulmão é a hematose, na qual tanto o oxigênio como o dióxido de carbono atravessam a barreira sangue-ar, em forma passiva, por diferenças de concentração (difusão) entre as duas fases.
Também participa na regulação da temperatura corporal. Alvéolos: são cavidades diminutas que se encontram formando os pulmões nas paredes dos vasos menores e dos sacos aéreos. Por fora dos alvéolos há redes de capilares sangüíneos. Suas paredes são muito tênues e estão compostas unicamente por uma capa de células epiteliares planas, pela qual as moléculas de oxigênio e de dióxido de carbono passam com facilidade através delas.
São dois órgãos anatomicamente macroscópicos que estão localizados nas partes laterais da cavidade torácica, encerrados principalmente pelas costelas.
São constituídos por:
  • A porção intrapulmonar da árvore bronquial.
  • Os vasos sangüíneos.
  • Os ramais nervosos.
  • Tecido elástico.
O pulmão direito é maior do que o esquerdo e consta de três lóbulos, enquanto o esquerdo só tem dois.
Cada pulmão se compõe de numerosos pequenos lóbulos, os quais, por sua vez, contêm numerosos alvéolos que formam os sacos alveolares.
A pleura é a membrana que recobre os pulmões.

A função primária do pulmão é o intercâmbio gasoso entre o sangue e o ar atmosférico.


O aparelho respiratório e a sua posição na caixa torócica: A-Pulmões vistos por fora; B-Pulmões em secção.
Os pulmões representam os órgãos essenciais da respiração. Enquanto os outros órgãos respiratórios, na verdade, têm a tarefa de fazer chegar o ar aos pulmões, é neles que se realiza a transformação do sangue venoso ( de cor escura e rico em anidrido carbônico) em sangue arterial (de cor vermelha e rico em oxigênio). Os pulmões estão situados na caixa torácica e têm a forma aproximada de um semicone (um cone cortado longitudinalmente em duas metades, do vértice à base).
Distinguem-se assim um vértice, que é a porção mais alta e quase pontiaguda que excede à respectiva clavícula; uma base, que é a parte inferior, alargada, que se apoia sobre o diafragma; duas faces, uma externa ou costal, que está em relação com a caixa torácica e uma interna ou mediastínica. É nesta face que penetra no pulmão o brônquio, acompanhado da artéria pulmonar e das duas veias pulmonares. O ponto de ingresso desses órgãos se chama hilo do pulmão. Os dois pulmões delimitam, entre as suas faces internas, um espaço chamado mediastino" no qual se encontra o coração.
Os pulmões têm uma cor vermelho-escura, que se torna, com a idade, acinzentada ou mesmo enegrecida no velho, pela deposição de partículas de carbono no seu tecido conjuntivo.
A sua consistência é mole e elástica, e, crepita ao tacto pela saída de bolinhas de ar dos alvéolos. O peso é de cerca de 700 gramas para o pulmão direito e de cerca de 600, para o pulmão esquerdo.
O volume é também diverso: o pulmão direito tem um volume superior de 1/15 em relação ao esquerdo. O peso específico varia conforme o pulmão está cheio de ar ou não, ou, então, se ainda não começou a funcionar ou se já começou. N o segundo caso, é mais leve do que a água e flutua; no primeiro, ao contrário, é mais pesado: pondo-se um fragmento dele em um copo com água vai ao fundo. Em medicina legal esta propriedade é aproveitada para saber se um recém-nascido respirou ou não.
A propriedade mais característica do pulmão é a sua elasticidade: o ar que nele penetra obriga-o a dilatar-se, voltando ao seu volume primitivo uma vez saído esse ar.
Os pulmões não constituem uma massa única, mas estão divididos em lobos. O pulmão direito tem três lobos; o pulmão esquerdo, dois. Os pulmões estão envolvidos por uma membrana, a pleura" que, depois de te-los revestido, vai forrar a parede interna da caixa torácica; distingue-se assim uma pleura visceral (que envolve os pulmões) e uma pleura parietal (que adere à caixa torácica). Entre o pulmão e a caixa fica um espaço, o cavo pleural.


Relações da pleura e do pericárdio com os órgãos
torácicos.
1-Coração; 
2-Pulmão direito; 
3-Pulmão esquerdo;
4-Traquéia; 
5-Parede torácica; 
6-Costela;
7-Pleura; 
8-Pericárdio; 
9-Diafragma.

Pendúnculo pulmonar
1-
Aorta
2-
Artéria pulmonar
3-
Veias pulmonares
4-
Pulmões
5-
Coração

Os pulmões são formados pela extrema subdivisão dos brônquios.
Os grandes ramos bronquiais se dividem em ramos sempre mais delgados (brônquios de la ordem, brônquios de 2.a ordem, brônquios de 3.a ordem) e, enfim, nos bronquíolos.
Esses terminam abrindo-se em uma ampola chamada infundíbulo, e cada uma delas é formada de muitas pequenas celazinhas: os alvéolos Nos alvéolos, a estrutura dos brônquios se reduziu agora a uma delgadíssima parede, sobre a qual se ramifica uma rede capilar da artéria pulmonar.
A superfície total dos alvéolos chega a 80 metros quadrados. Deduz-se daí quanto é extensa a superfície respiratória.
Os alvéolos representam os elementos propriamente, respiratórios dos pulmões. Através da sua parede, que é delgadíssima e permeável, têm lugar as trocas gasosas entre o ar que vem do exterior e o sangue que se distribui sobre a parede externa dos alvéolos com a sua rede capilar. Praticamente entre o ar e o sangue se interpõem somente duas membranazinhas (a parede do alvéolo e a parede do capilar) que são facilmente atravessadas pelos gases, seja pelo oxigênio que do ar passa para o sangue, seja pelo anidrido carbônico que segue o caminho inverso, do sangue para o ambiente exterior.

Relação dos Pulmões com a Caixa Toráxica